quinta-feira, 29 de março de 2012

8 meses

Quarto da Helena

Já está diferente de quando Helena era recém-nascida. Agora os brinquedos dão lugar a todos os espaços que eram clean. Por isso aqui guardo as primeiras fotos do primeiro espaço só dela, para que Helena saiba como era seu cantinho assim que chegou.











Para quem quiser as ideias

Berço: acredite se quiser, era meu. Meu irmão e todos os meus sobrinhos usaram. É de madeira nobre e fiz um laqueado provençal aqui em São Paulo, na Charm Decorações. Ficou lindo, o trabalho foi muito bem feito.

Bicama babá: era da família também.

Criado-mudo: vintage, comprado há muito tempo no Embu das Artes.

Cômoda e kit berço, bicama e trocador: comprados na Allegrini Baby da Teodoro Sampaio. Achei custo-benefício ótimo, ainda mais por serem peças que você usa somente nos primeiros anos de vida do bebê. Como a decoração é mais ou menos estilo provençal, escolhi para a estampa dos kits um tecido com Toile de Jouy (é o nome em francês de uma estampa criada no século 18 que consiste num tecido de fundo branco ou off-white, estampado em vermelho, azul ou preto, com desenhos que descrevem a vida campestre - e no caso do quarto da Helena são situações do cotidiano de crianças e ursinhos. Geralmente os ambientes com toile de jouy são românticos e delicados. É clássico e chique).

Tapete e cortinas: em tons de lilás, mas sempre puxando pro cinza, porque não gosto muito de lilás-pink. Comprei o tecido em Assis e mandei fazer a cortina com uma senhora que faz há anos pra minha mãe e fez para a minha casa inteira aqui em São Paulo. Aí na mesma loja (Edi Tecidos - 18 3324 1112) tinha o tapete do tom exato. Adoro a Edi Tecidos, não tem uma vez que eu vá pra Assis que não dê uma passadinha lá.

Luminária: eu queria exatamente essa que compramos, mas rodava o Embu das Artes inteiro e não achava legal (ora muito grande, ora muito pequena, ora com as flores em outras cores, ora muito cara, afff). Estava muito barriguda e andando demais, quando decidimos olhar na Imaginarium de lá, descrentes de que haveria o modelo. E não é que tinha? A linha Imaginarium fica no Engenho Velho, que vale a visita por estar na rua mais legal da cidade e ter coisas liiiindas para a casa.

Cabideiro e vasinho de flor: achei nas outras lojas legais do Embu.

Quadrinhos: achei a ilustração de quatro meninas bailarinas na internet e a Cristiane Paulino fez a arte mais legal do mundo com elas. Os quadros são lindos e eu amo a Cris de paixão. Recomendo. Molduras tipo caixa fiz na Moldura Minuto.

Parede lilás: acho que acertamos o tom em cheio. É nosso lilás preferido e se chama Paz Noturna, da Coral. Tem uma amostra aqui.



Quadro porta da maternidade e kit higiene: ela ganhou da minha cunhada e é a mãe dela que faz. Não são lindos?

Lembrancinha maternidade: comprei os chaveiros de sapatilha de ponta da Só Dança, embalei em saquinhos de organza comprados no Mercado Livre e as tags foram feitas com a mesma bailarina de um dos quadrinhos. A cestinha de vime lilás é da Tok & Stok (onde também comprei o mosquiteiro que não estava instalado na foto).


segunda-feira, 5 de março de 2012

Mensagem para minha filha


Não sei de quem é o texto, mas li alguns dias depois que Helena nasceu.
E fez o maior sentido. 

Nós estamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'.
'Nós estamos fazendo uma pesquisa', ela diz, meio de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?'
'Vai mudar a sua vida,' eu digo, cuidadosamente mantendo meu tom neutro.
'Eu sei,' ela diz, 'nada de dormir até tarde nos fins de semana, nada de férias espontâneas...'
Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.
Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar  'E se tivesse sido o MEU filho?' Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.
Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote. Que um grito urgente de 'Mãe!' fará com que ela derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante.
Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.
Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina. Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no McDonald's se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.
Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe.
Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho. Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida - não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.  
Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra.
O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.
Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.
Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos.
Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta. Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer. O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.
'Você jamais se arrependerá', digo finalmente.
Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados.
Este presente abençoado de Deus... que é ser mãe.